por Elton Rodrigues
Todo material genético contido no núcleo de uma célula, seja de um organismo unicelular (como protozoários e vários fungos e algas) ou multicelular (como insetos, plantas, répteis, mamíferos e outros), está compactado em estruturas denominadas cromossomos, termo que significa “corpos coloridos” (do grego chroma = cor e soma = corpo). Os cromossomos, que variam em tamanho, forma e número em cada uma das diferentes espécies, são compostos essencialmente de DNA e proteínas associadas. Neles, portanto, está toda a informação genética que caracteriza e diferencia tanto as células e os tecidos quanto todos os seres vivos.
O DNA existente em um cromossomo contém os genes, mensagens codificadas na forma de sequências de nucleotídeos (“tijolos” básicos que compõem o material genético das células), onde estão as instruções para a formação de todas as células e tecidos do nosso corpo e para a síntese de proteínas (responsáveis por todos os processos biológicos), além de outras sequências capazes de sintetizar “mensageiros” que atuam na regulação de processos celulares e áreas que não carregam qualquer tipo de instrução ou codificação.
Entre as estruturas que o DNA não codificador forma nos cromossomos, estão os centrômeros e os telômeros. Os centrômeros permitem a separação exata dos cromossomos duplicados durante a divisão celular que gera as células-filhas. Já os telômeros (do grego telos = fim e meros = parte), localizados nas “pontas” dos cromossomos, funcionam como capas protetoras dessas extremidades, tendo papel muito importante na manutenção da integridade do genoma. Eles impedem, por exemplo, a fusão de terminais de diferentes cromossomos e a degradação destes por enzimas que, na falta dos terminais, reconheceriam o material cromossômico como DNA danificado. Falemos por outros termos. Em nossos sapatos, quando os pedaços de fita adesiva que selam as pontas dos cadarços se desprendem, estes começam a desfiar, desmanchando-se. Em uma célula ocorre o mesmo com os cromossomos que têm seus telômeros danificados: eles tendem a ser destruídos e, nesse processo, a célula morre. Porém, toda vez que uma célula se divide — como as células imunes e da pele — os telômeros ficam um pouco menores. Essa redução transformou-os em medidores do envelhecimento celular.
A bióloga Elizabeth H. Blackburn, que trabalha na University of California, e a psicóloga Elissa S. Epel publicaram um artigo, em 2004, associando o estresse psicológico ao encurtamento dos telômeros em células brancas do sangue. Isso representou um grande avanço nas pesquisas dos telômeros. Atualmente, inúmeros estudos mostram que telômeros mais curtos estão relacionados a várias doenças. E, reciprocamente, telômeros mais longos têm sido associados a comportamentos saudáveis como exercícios e redução do estresse. Esses estudos indicam uma possibilidade de usar o comprimento dos telômeros — medidos por um simples exame de sangue — para se ter uma visão geral da saúde e uma rápida percepção do processo de envelhecimento.
Ademais, Elizabeth fala sobre evidências que mostram que fatos da vida como o estresse crônico e traumas de infância estão relacionados com telômeros mais curtos: “Tomemos o trauma de infância: estudos mostraram que o número de traumas de infância se relaciona quantitativamente ao grau de encurtamento do telômero no adulto: quanto mais traumas, mais curtos os telômeros. Nosso
estudo mostrou uma relação impressionante entre o número de anos de estresse crônico sofrido por mães que cuidavam de uma criança com doença crônica e o encurtamento do telômeros”.
Assim, devemos avaliar com muito cuidado o que nós, espíritos atuantes no Universo como um todo, causamos em nós e nos outros seres da criação. Será que conhecemos todo o nosso potencial em modificar, em manipular a matéria com a mente?
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